O poder do silêncio
Temos que experimentar o poder do silêncio. Falamos demais, e diz o ditado popular que quem fala demais dá bom a dia a cavalos. Trago algumas dicas da tradição espiritual para colocarmos mais serenidade na nossa vida cotidiana.
Temos que experimentar o poder do silêncio. Falamos demais, e diz o ditado popular que quem fala demais dá bom a dia a cavalos. Trago algumas dicas da tradição espiritual para colocarmos mais serenidade na nossa vida cotidiana.
Sofrer menos é uma opção, e quase nunca contamos com isso. Sempre ouvi dizer que a dor pode ser inevitável, mas o sofrimento é opcional. Custei a entender e mais ainda a aceitar, assimilar e aplicar isso em minha vida. Mas a disposição para sofrer menos é libertadora.
A dor pode ser inevitável, e muitas vezes realmente o é.
A vida é dura e às vezes nos coloca de joelhos. Somos confrontados com situações para as quais não fomos treinados tais como a perda de entes queridos, a proximidade da nossa própria morte.
Muitas coisas nos pegam de repente e nos surpreendemos com o nosso despreparo, o casamento, os filhos, o descasamento e assim por diante.
Colhemos muitas rosas no caminho, mas enfrentamos galhos espinhosos, e assim conhecemos a dor.
Quando as adversidades nos pegam de jeito, na maioria das vezes escolhemos enfrentar, lutar, digladiar, mesmo contra coisas que não nos dizem respeito. Lutamos e nos revoltamos contra coisas que não temos qualquer controle. É exatamente quando sentimos a nossa impotência e nos rendemos à nossa incapacidade, à nossa modesta dimensão é que conseguimos reduzir o nosso sofrimento. Escolhemos sofrer menos.
Quando somos apresentados à opção de sofrer menos, nos sentimos libertos, nos sentimos salvos.
É como se fôssemos liberados de carregar uma cruz tão grande, de ter que consertar o mundo.
Descobrimos o nosso papel, a nossa responsabilidade e o alcance das nossas ações.
Descobrimos que não somos Deus.
Quando descemos do pedestal que construímos para nós mesmos, nos colocamos no nosso lugar, no lugar comum onde se é permitido sentir a dor.
É o lugar e a posição de onde se enfrenta o mundo real, onde paramos de pensar que somos tão poderosos.
Assuma aquilo que é a sua vida.
Pare de querer cuidar da vida alheia.
Aceite a vida por inteiro, e faça o que está ao seu alcance.
Rubens Sakay
Olhe e preste atenção no lado bom das pessoas. Aproveite o que elas têm de melhor.
Tire proveito do lado bom de cada relacionamento. Somos seres sociais, estamos bem quando convivemos em harmonia com os outros.
Um ensinamento maravilhoso sobre cuidar das minhas coisas, veio da leitura de Byron Katie, que diz que há três tipos de negócios: o seu negócio, o negócio dos outros e o negócio de Deus, e sobre isso ela faz a seguinte reflexão:
Você tem que dedicar o seu tempo e sua energia cuidado do seu negócio, da própria vida. Mas isso não é assim tão fácil.
Coisas muito importantes podem estar sendo negligenciadas. Nos preocupamos com tantas miudezas, futilidades e coisas sem importância. Com isso, não nos sobra energia, ou capacidade mental e emocional para lidar com as coisas mais importantes na nossa vida.
Uma das cargas negativas mais pesadas que carregamos, tem a ver com o julgamento que fazemos constantemente das outras pessoas.
Não somos nós que ditamos as regras de comportamento das outras pessoas.
A maneira como cada um se veste, fala ou age é da conta de cada um.
Assim como não ditamos as regras, não podemos dar de uma de juiz, e dizer o que está certo e o que está errado.
Muita coisa acontece contrária às nossas expectativas. Fazemos tudo certo, mas é inevitável experimentar alguma decepção. Quando isso acontece, culpamos e nos culpamos, o que merece alguma reflexão.
Quando não encontramos ninguém para por a culpa é sinal de que nos livramos da prepotência.
Isso é um bom sinal, pois deixamos a amargura de conviver com a nossa culpa e a dos outros.