Diferenças políticas
Procure conduzir as conversas para um pouco além das diferenças políticas. Essa limitação que todos no mundo experimentamos, rompem relacionamentos, nos tornam mais preconceituosos e deixamos de aproveitar o que cada pessoa tem de bom.
Um insight:
Li recentemente um artigo de Sharon Shuster e Susan Jerison sobre “Dez dicas para estimular as pessoas a falarem além das suas diferenças políticas”. A reflexão que elas fazem sobre a sociedade americana se aplica diretamente na nossa e muitas outras que vivem rupturas políticas e embates nacionais em torno de práticas, ideologias e lideranças.
Pessoas inteligentes e sensatas não conseguem compreender os outros ou mesmo estabelecer uma ponte entre o que um diz e o outro contesta. Trazem para a arena da discussão, temas e aspectos tão complexos tais como as diferenças raciais, culturais e religiosas, e o ambiente não sinaliza para qualquer entendimento.
Discussão embolada:
Os temas tão importantes para o desenvolvimento de uma nação, erradicação da pobreza, corrupção, governança, constância de propósitos, ética e moral, qualidade das instituições são todos embolados na polarização, que muito longe de ser um problema, é também um ingrediente da política.
A democracia e o estado de direito ficam também em segundo plano, tal é o calor das discussões.
Convergência:
A tão desejada convergência deve acontecer nos temas de interesse comum.
Ninguém quer menos educação, menos saúde, mais desigualdade, mais corrupção e assim por diante.
Temos que encontrar colaboração nos assuntos críticos para o país, para o bem público.
Sem o calor o desconforto e o conflito da polarização, podemos discutir soluções adequadas e trabalhar juntos para colocá-las em prática, diz os autores.
Somos todos impactados:
Procure assuntos que impactam todos numa sociedade, temas pouco controversos, segurança pública por exemplo.
Ninguém discorda que o crime tem que ser punido, e que a segurança dos indivíduos e do patrimônio de cada um precisa ser protegido.
Construa um lugar comum, leve a conversa para coisas que todos concordam.
Traga para a discussão a opinião imparcial e técnica de pessoas experientes e reconhecidas na área.
O sucesso que todos concordam:
Todos concordam o que é bom para a sociedade, discordam apenas da maneira, da ação governamental, da liderança dos políticos.
Trabalhe mais a figura desse sucesso, do bom, do adequado. Não avance adiante se as discordâncias são insuportáveis. Não jogue lenha na fogueira.
Concordar com alguma coisa já é bom.
Veja no caso dos Estados Unidos, todos concordam que precisam acabar com os tiros e mortes nas escolas.
Foco mais apertado:
Não amplie a discussão, pois as discordâncias podem aparecer.
Discordâncias são importantes para se construir qualquer coisa, mas estamos apenas querendo preservar o ambiente, as relações.
Linguagem:
Procure usar uma linguagem mais neutra, sem rótulos e preconceitos.
Ambiente colaborativo:
Deixe espaço para que todos falem, coloque sua ideia, sua contribuição.
Deixe a curiosidade navegar, pergunte mais detalhes, procure entender.
Identifique tendências que algumas pessoas têm de dominar a discussão. Interfira de maneira educada.
Procure juntar pessoas que concordam, e construa uma base comum. Conecte as pessoas.
Aprendizagem:
Acima de tudo, crie uma oportunidade para que uns aprendam com os outros.
Rubens Sakay
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