Uma calma desconcertante.
Impressionante é a calma que experimentamos quando passamos a cuidar mais de si mesmo, deixando de lado aqueles problemas que não são da nossa conta.
Paramos de querer controlar a vida dos outros, abandonamos a ideia de que somos poderosos, braço direito de Deus, aquele que é responsável por tudo que não tem responsável nesse mundo.
Quando deixamos de lado tantas atribuições que não são nossas, realmente vem uma calma desconcertante, e temos que aprender a lidar com isso.
Não é que sentimos falta da loucura que havíamos criado para nós mesmos.
Problemas imaginários:
Tampouco preferimos uma vida repleta de problemas imaginários, ao invés de cuidar das poucas e importantes questões da própria vida.
O fato é que, momentaneamente, a vida se esvazia quando nos livramos de tanto entulho desnecessário.
É como se tirássemos os tijolos da nossa mochila, e de repente ela parece vazia. Vasculhamos o interior da mochila, sem entender porque tanto espaço vazio. Temos um sentimento que lembra uma tristeza, uma melancolia, um não sei o quê.
Temos que levantar a cabeça imediatamente, porque esse sentimento é inadequado, e pode te estimular a pegar de volta os problemas dos outros, ou voltar a se preocupar com as besteiras da vida alheia.
A melhor coisa que fazemos nessa hora é encher a nossa vida com aquilo que realmente faz sentido para nós.
Se volte para si mesmo imediatamente.
O que você gosta?
Recupere alguma atividade que praticava com o maior prazer, mas acabou descontinuando por conta da tsunami.
De quem você gosta? Procure reatar com pessoas das quais se distanciou quando os problemas tomaram conta do seu cotidiano.
O que você quer fazer no futuro? Retome os projetos futuros que havia deixado de lado quando a tempestade era iminente.
A calma inexplicável é um bom sinal, e você não deve se preocupar, ou mesmo se culpar por estar abandonando ou se desligando.
Temos mesmo é que se desligar dos problemas dos outros e cuidar de si próprio.
Depois que a tempestade passa, temos que recolher as nossas coisas, consertar as nossas coisas, cuidar das nossas prioridades.
R.S. Beco
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