Fechar a boca por um tempo.
Apesar do meu empenho em ouvir mais, tem sido difícil fechar a boca por um tempo para dar chance aos ouvidos trabalharem um pouco.
Afinal, é praticamente impossível ouvir adequadamente quando estamos falando, ou mesmo quando estamos preparando a nossa fala.
Assim é que deixamos de ouvir qualquer coisa, pois estamos, ou falando ou nos preparando para falar.
A própria voz:
Temos que aquietar a nossa própria voz.
Temos que acalmar essa vontade de falar, de colocar o nosso ponto de vista.
Este ponto é daqueles que tenho me empenhado constantemente, e digo que no meu caso, o progresso é lento.
Gosto tanto de falar que às vezes me canso da minha própria voz.
Mas tenho consciência disso e estou trabalhando para melhorar.
Sou um estudioso compenetrado e gosto de me aprofundar nos assuntos.
Quando entro numa conversa, sinto que sempre tenho algo a dizer, e isso é uma completa besteira.
Dono da verdade:
Não tenho que dar uma de professor.
Afinal, a conversa tem que ser algo agradável, descontraída e não pode se transformar numa aula.
Em alguns momentos, onde a minha vontade de melhorar foi acentuada, entrei calado e saí calado, mas esses momentos foram raros.
Outra situação parecida é aquela onde você está muito contrariado com o que está sendo dito, e entra num embate, sabendo que não vai ganhar, mas quer gravar a sua posição – também aprendi que é uma completa besteira.
Entramos numa discussão pensando que temos algo a ganhar, mas perdemos tempo, paciência, e não só saímos uma pessoa pior do que entramos e deixamos essa imagem marcada naquele momento.
Estou aprendendo que ficar calado é bom.
Beco
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